Coisas que se aprende em um ano que vai mudar a sua vida...


Ok, vamos lá...

- “Ser e/ou amar, eis a questão”. Nunca vão descobrir a cura para crises de identidade ou de amor (e isso nunca vai sair da sua pauta). Felizmente, você nunca vai morrer disso também.

- Depois de certa idade, você só vai ganhar presente em datas comemorativas da sua família, do seu namorado/marido (quando se tem) ou dos seus muito melhores amigos (quando eles têm dinheiro)! Isto significa que Natal e aniversário vão perder a graça depois dos 18!

- Use uma roupa confortável para dormir – o efeito da lei da gravidade nas suas mamas só funciona quando você está de pé.

* Por sinal, lei válida para a vida também: se você não quer levar tombos no seu percurso, permaneça sentado eternamente.

- Ultrapasse o limite de velocidade, ouça música alta depois das dez, beba cachaça sendo menor, faça festa e tenha cachorro no seu apartamento: no Brasil só se vai preso não pagando pensão ou cortando árvore do governo.

        Obs: Não mate ou cometa adultério: consciência pesada dá olheira.

- Depois da máquina de lavar roupas, ainda não inventaram nada mais legal que o Rock n’ Roll!

- A Coca-Cola não fez pacto com o demônio; O homem ainda não foi na Lua; O Michael Jackson morreu virgem (e agora vive na Terra do Sempre); O Google vai dominar o mundo; Alfabetizados analfabetos existem; Pau que nasce torto realmente não se endireita.

- Fantasmas também aparecem durante o dia. A mulher de branco bate recorde em aparições. E lobisomens existem sim – (se não acredita, pergunta pro sô Zé, meu ex-vizinho!).

- Já pessoas normais e tapete voador, isso realmente não existe.

- Dinheiro não compra nada mesmo, exceto todos os objetos que você deseja e que provavelmente acrescentarão cerca de 40% no seu índice de felicidade. (ainda não é possível viajar do Brasil a Londres nadando!)

- Abra uma poupança e faça um plano de aposentadoria, mas só use 5% do seu salário pra isso. O resto você usa pra aproveitar a vida enquanto não tem osteoporose e consegue assistir filme legendado no cinema.

- Vale a pena não fumar, andar de bicicleta, brincar de todos os piques, comprar aquela Arezzo em 12 vezes sem juros, colecionar dinheiro antigo, ouvir Cindy Lauper da coleção “Box 80’s” e comer aquele maldito alface que a sua mãe pôs na mesa toda a sua infância!

- Cada porção de batata frita que você come equivale a 500 abdominais por dia durante todo o resto da sua vida. Dica exclusiva: troque a cerveja pelos destilados – dá menos barriga e você gasta menos pra ficar bêbado!

- Você é o que você come e bebe, o que você vê e ouve, pra quem você diz olá, tudo aquilo que você grita, mas principalmente, tudo o que você cala.

- Não importa quantos livros você leia, sempre vai ter alguém que leu aquele que você nunca ouviu falar na sua existência (para esses, você dá um “VALE vai aproveitar a vida, seu MALA!!!).

- Diplomas e sonhos custam muito (em todos os sentidos). Mas nunca antes na história desse planeta você precisou tanto deles.

- Leve a vida com muito bom humor, senão você não casa, não trabalha, não arruma filho (principalmente no plural) e se possível, não faz nada mesmo!

- Deus ama a todos, mas ama mais os ousados. (ouvi de um colega escritor)

- Caia na fossa; peça demissão; tome aquele porre; declare-se pra quem não merece; mande aquele filho da p... ir tomar no c... (essas oportunidades são únicas).  Basicamente, ERRE muito: é fazendo merda que se aduba a vida (MESMO), e não há merda tão Duracell que posteriormente não vire adubo!

- Pra terminar, aprenda a cantar aquela música do Led Zeppelin: “Hey, hey, what can I do”. Porque no fim das contas você não pode fazer muita coisa mesmo, mas se você não tentar, ninguém vai fazer isso por você!

Well. Dia 20. De Novembro. De 2010. 24 anos – cerca de 8.760 dias, 210.240 horas, 12.614.400 minutos e 756.864.000 segundos de experiência terrestre.

Palmas a mim por mais um meu dia / Palmas a meus pais e meu little brother por ainda não terem parado no “cacau” convivendo comigo (sem palavras de tanto amor) / Palmas a meus amigos que estão sempre comigo (MESMO) / Palmas a avós, titias e primitos que fazem parte de mim / Palmas a todos que me amaram, todos que me ensinaram, todos que me irritaram (sim, até destes precisamos), e todos que por mim passaram...

Uma grande salva de palmas a tudo isso que a vida me trouxe – sou eu dividida em partes.

By Sam Silva | 1 By Outros

Crônica de um dia normal


Ela acorda todos os dias e fica horas fitando o teto (em horas lê-se minutos) - é que o tempo parecia se estender indefinidamente...

Ela levanta, vai ao banheiro, troca de roupa, senta-se a mesa e toma 2 cafezinhos em sua xícara preferida. Enquanto degusta aquele líquido breu, pensa no caminho que vai ter que fazer até o trabalho (aliás, meio atrasada, verifica que já é quase 9 da manhã).

Ela está cansada. Isto somente. Preferia fugir, como sempre. Preferia reclamar sem ter motivos. Preferia nem ter que levantar, às vezes. Mas ela se levanta e segue para o trabalho. Os passos desfilam lentos... ela abre a porta, senta-se na mesa de sempre, liga o computador, como sempre, verifica os emails e começa a pensar no que tem que fazer durante o dia.

Houve uma época em que havia paixão. E ela sentia que dava pra fazer de tudo, e esse tudo ia acabar um dia levando em algum lugar. Ela fazia porque queria, porque devia, era vista, e ser vista se tornava seu futuro. Nem gostava mais de pensar no futuro, agora era coisa do passado.

Trocou algumas palavras com as pessoas de sempre. Hoje ela não estava muito a fim de prosa. Abriu um programa e começou a digitar algumas coisas, mas de repente o torpor começou a tomar-lhe a mente mais uma vez. Não conseguia continuar.  O peso dos mesmos atos a tomava em desânimo. Às vezes ela se culpava. Afinal, aquele buraco foi ela mesma que cavou. Sempre foi péssima em escolhas, de todos os tipos praticamente. Era extremamente competente, exceto em sua própria vida!

Às vezes ela se perguntava se alguém enxergava o seu desespero. Ontem, no meio de uma conversa, uma colega a perguntou porque ela havia sumido. Ela respondeu, sinceramente, que estava em crise. A moça começou a rir e disse que isso não combinava com ela, todos podiam dizer isso menos ela, e refez a pergunta pedindo uma resposta séria. Não, ninguém tinha ideia... e quase todo o tempo sua mente parecia um vulcão, sempre prestes a entrar em erupção!

Olhou para o relógio e viu que já eram quase 6 horas. Juntou suas coisas e foi embora. Em casa, preparou algo para comer, assistiu um filme na televisão e foi se deitar. Pegou um livro, leu dois capítulos, como de costume, até ficar com sono e não mais aguentar. Programou o despertador para as oito horas da manhã, fechou os olhos e adormeceu no meio de uma prece para não mais acordar.

By Sam Silva | 1 By Outros

Perturbações

Talvez a vida seja este infinito sonho... uma questão de perspectiva. Cada vez que esqueço de mim, vivo o sonho de outros, cada vez que lembro de mim, descubro que não posso ser eu na mente de outrem. Todos pensam em si, e nos outros a partir de si mesmos.

By Sam Silva | 0 By Outros

Declaração Póstuma


Era meio dia de um dia calmo. Abri a porta da frente e cheguei em casa. Me deixei cair no sofá com os olhos pesados. E eu sabia que quando acordasse tudo seria diferente, mas eu não podia deixar de dormir. Eu não conseguia segurar meus olhos. E caí num sono profundo; louca, então, para não mais acordar.

Há horas atrás, observava um carro deixar lentamente a vaga e parte de mim começava a se tornar vaga. Parte de mim debruçava numa janela sempre a esperar... A outra parte se segurava a um cheiro ainda presente, cantarolava palavras para não serem esquecidas e desapegava-se de um quarto de melodia intensa.

De saída fitando uma vaga tão vaga, eu lembrava os dias de procurar um na multidão. Lembrava do gosto de ter sem ter, do jogo de palavras não pronunciadas, do olhar que talvez estivesse em mim, ou talvez fosse só minha impressão.

E agora o que dói é sempre o que fica do que não ficou. E acordar sem ter a parte de mim que já se foi...

By Sam Silva | 1 By Outros

Somos o que não queremos ser

Somos exatamente aquilo que não queremos ser. Corta esse papo de "sempre me defino e assim sou"! Não, a gente realmente é naquele breve momento em que você não está se preocupando em ser.

Você é nas horas que o cabelo fica despenteado o dia inteiro. Que você fica três semanas usando tênis no verão porque esqueceu de fazer as unhas dos pés, ou porque estava com preguiça mesmo. Você é aqueles quinze minutos que passou na frente do espelho medindo o seu nariz imperfeito, ou os cinco tentanto 'enfiar' aquela 'maldita' cinta na barriga! Você é aquele meio dia que você acordou em plena segunda-feira, ou aquelas três da madrugada no buteco da esquina (de uma terça-feira, é claro). A gente é o passo apressado pra acender a luz no escuro, acompanhado de uma leve alteração nos batimentos cardíacos. Somos os dois quilômetros a mais de gasolina, só para passar 'coincidentemente' na frente da casa daquele amado. Somos aquele "Halls" que você teve que chupar antes do primeiro beijo, e a meia hora com um secador de cabelo na mão. Ainda se é aquele que chora no banheiro, ou aquele que engole apertado só pra não ter que chorar. Somos aquele cochilo inevitável no banco da igreja, ou aqueles dez minutos sempre atrasado. Ela é aquela espiada no celular dele sem que ninguém perceba, ele é aquela foto 3x4 no RG que não mostra pra ninguém. Somos o botão desabotoado, o sorriso do que não pode, a queda que se levanta rápido, a nudez quando se toma banho, de portas trancadas.

A gente é tudo que não controla, o resto é um ensaio da vida. Uma versão de si mesmo ensaiada.

By Sam Silva | 0 By Outros

O problema que as pessoas têm com a verdade



Ela pesava cerca de cem quilos e não passava dos um e sessenta e cinco de altura. Toda vez que ela ia comprar roupas naquela loja do centro, seu rosto enrubescia quando a vendedora perguntava o tamanho. Ela odiava pegar ônibus. Havia algo de muito errado com aquela catraca. Houve aquela festa em que a cadeira de plástico cedeu depois que ela se sentou. Naquele momento, ela quis morrer. Ela não quis chamar o moço bonito do trabalho para bater um papo no bar no dia do seu aniversário. Tinha certeza de que ele se recusaria, afinal, ele nunca olhava para ela, mesmo ela ocupando um espaço enorme quando passava. Ontem ela caminhava pela rua. Passou em frente a uma academia nova de ginástica (bem perto da sua casa). O moço da divulgação estava na entrada e disse que passar por aquela porta poderia mudar a vida dela. Que audácia a dele! Como se a vida dela precisasse de mudanças. Ela só queria que as pessoas a aceitassem do jeito que ela era.
Ele tinha acabado de completar vinte e oito anos e ainda não tinha arrumado um emprego. Quando ele tinha seus dezessete anos, decidiu que a sociedade era hipócrita e não fazia questão de participar dela. Ele, basicamente, usava preto e um jeans velho para quebrar a “monocor”. Sentava todas as noites na mesinha de xadrez da praça e dividia uma garrafa 500ml de cachaça com os companheiros da revolução. Com o tempo, a garrafa passou para 2 litros e ele já começava a reunião às quatro horas da tarde. Teve só uma namorada, não muito o tipo que todo mundo olhava quando ela passava. Nos seus vinte e cinco anos, virou pai e a mulher começou um discurso de responsabilidade. Ele estava sentado de novo na mesinha de xadrez depois de uma tarde entregando currículos. Era sua rotina nos últimos seis meses. Olhava as pessoas de sempre passando pela praça e olhando torto quando o notavam. Naquele momento, ele teve certeza de que tinha razão nos seus dezessete anos. A sociedade era mesmo hipócrita. Ele passara a vida inteira lutando contra isso, mas a sociedade continuava virando as costas para ele. Pensava neste mundo sem cura enquanto virava mais uma dose daquela garrafa de dois litros.
Ela acordava de segunda a sexta às cinco e meia da manhã. Precisava pegar dois ônibus para chegar ao trabalho às oito. Com a pressa, acabava esquecendo de dizer oi no trajeto do corredor e se sentava correndo na escrivaninha. Basicamente, atendia o telefone e transferia as ligações. Quando tinha oito anos, queria ser atriz. Com doze, decidiu ser veterinária. Aos dezoito, não tinha dinheiro, então acabou virando secretária. Ainda queria cuidar de bichos. Se contentava com seus dois gatos. Colecionava chaveiros e diários. Sempre teve problemas em se abrir, portanto escrevia o que não conseguia desabafar. Ainda se lembrava do seu primeiro amor, Carlos do segundo ano, por quem foi apaixonada por quase cinco anos. Acabou nunca dizendo o quanto gostava dele, já era suficiente observá-lo todos os dias no intervalo ou quando passava em frente a sua casa. Às vezes sentia falta de alguém, mas esse tipo de sorte não era seu forte. Hoje era sexta-feira, felizmente véspera de sábado. Ela usava a mesma blusa de cor neutra, calça preta e cabelo amarrado. Olhava o pessoal do setor ao lado combinar um show para o fim de semana. Ela até queria ir, gostava de música, mas não ia se oferecer, afinal, era falta de educação. E não entendia muito bem por que, mas eles sempre se esqueciam de chamá-la. Talvez porque ela trabalhasse ali, na recepção, com pouco acesso aos outros setores. Depois das seis, caminhava sozinha para casa. Parou um ponto antes do de sempre para passar na locadora. Não gostava de estar só, mas isso não era uma opção. Sempre teve problemas de relacionamento. As pessoas simplesmente não a entendiam. “O Diário de Bridget Jones” deve ser um bom filme...

By Sam Silva | 0 By Outros
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O Mistério do Horizonte - René Magritte

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Uma das coisas que aprendi é que se deve viver APESAR DE.
Apesar de, se deve comer.
Apesar de, se deve amar.
Apesar de, se deve morrer.
Inlcusive muitas vezes é o próprio APESAR DE que nos empurra para a frente.
Foi o APESAR DE que me deu uma angústia que, insatisfeita, foi a criadora da minha própria vida.

Clarice Lispector

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